Resenha | A Magia da Realidade - Richard Dawkins



Eu sempre gostei muito do Richard Dawkins, principalmente das palestras dele: o modo apaixonado dele ao explicar o assunto e sempre deixar quem assiste com vontade de procurar tudo que ele faz, mas surpreendentemente, até hoje eu não tinha lido nenhum dos livros dele (e ele tem vários livros publicados, e a maioria tem tradução). Chegaram as férias e finalmente decidi pegar alguma coisa dele pra ler.

A escolha que me pareceu mais obvia foi A Magia da Realidade, isso por que esse é um livro considerado como uma iniciação na obra de Dawkins





Existem muitas formas de magia. Nossos ancestrais usavam o sobrenatural para explicar o mundo antes do desenvolvimento do método científico. Os antigos egípcios explicavam a noite sugerindo que uma deusa engolia o sol. Os vikings acreditavam que o arco-íris era uma ponte entre a morada dos deuses e a Terra. Essas histórias tinham como tema a magia, acontecimentos extraordinários. Mas há outro tipo de magia, que pode ser encontrado na alegria de descobrir as verdadeiras respostas para essas perguntas. Trata-se da ciência, a magia da realidade.

Autor: Richard Dawkins
Ilustrações: Dave McKean
Editora: Cia das Letras
Páginas: 272
Edição:
Gênero: Divulgação Cientifica

Richard Dawkins, para quem não conhece, é um biólogo evolutivo, etólogo (estuda a vida animal), escritor e palestrante. Ele ficou conhecido por sua guerra contra o criacionismo e o design inteligente.

O Livro de Dawkins nos leva a uma viaje evolutiva explicando de uma forma apaixonante conceitos que sempre foram confusos, pelo menos para mim, que nunca entendi verdadeiramente o que significavam a maioria dos termos científicos ensinados na escola. Essa facilidade em entender o que está escrito no livro se dá por causa da maneira como tudo é explicado: Dawkins usa exemplos cotidianos para mostrar como as coisas que não estamos acostumados a ver funcionam, e as ilustrações de Dave McKean auxiliam nessa tarefa.

Mas além de explicar como chegamos ao ponto em que estamos o livro traz à tona diversos assuntos, como lendas de outros povos, anedotas, e questionamentos sobre a vida cotidiana, tudo isso com o objetivo de derrubar nossos pré-conceitos sobre coisas que pensamos que conhecemos, mas na verdade apenas achamos que conhecemos. A verdade, aqui, temos um dos pontos mais importantes da obra. Dawkins se empenha em trazer a verdade cientifica para o leitor. Quando lemos o índice já temos uma ideia do que está por vir: Quando e como tudo começou? Estamos sozinhos? Por que coisas ruins acontecem? Com sua forma simples e direta de escrever, Richard Dawkins responde todas essas perguntas.

Nesse livro, os personagens são a humanidade, o mundo, o universo, e ao longo das páginas, que passam rapidamente, isso fica bem claro. O autor não se prende em assuntos vazios e a narrativa, apesar de abordar assuntos que à primeira vista parecem complicadíssimos (e que às vezes são), é muito leve.

A "magia" presente no titulo realmente está presente nas páginas, mas não o tipo de magia que estamos acostumados, como o próprio autor diz:

Quero mostrar a você que o mundo real, como é entendido cientificamente, tem sua própria magia. Eu a chamo de magia poética, uma beleza inspiradora que é ainda mais mágica porque é real e podemos compreender como funciona (…). É absolutamente fascinante. Fascinante e real. Fascinante porque é real.

Esse talvez seja o melhor primeiro livro de Dawkins, algumas descrições o sugerem como infantil, mas a criança sozinha não entende totalmente o que está escrito, então é um ótimo livro para ser lido em família. Além do livro existe um aplicativo (disponível para iPad) que é uma versão interativa da obra. A maior qualidade do livro talvez seja a destinação às mentes jovens, pois o torna um livro para qualquer pessoa, jovem ou adulto.

O livro é muito mais do que esperava e com certeza eu indicaria a qualquer pessoa, até por que tudo que está nele deveria ser de conhecimento geral, arrisco dizer que poderia até ser usado nas escolas e até incentivar as crianças a fazer mais perguntas, e principalmente: descobrir as respostas.

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